domingo, 7 de novembro de 2010

NADA EM LUGAR NENHUM

Que medo é esse que a pega de surpresa no meio de uma tarde radiante em que caminha pensando na vida?
É um medo que interrompe a reflexão e invade incontáveis células da razão.
brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr....
É o mesmo tremor de uma outra tarde, distante no tempo. Aos 15 anos, no meio de uma aula de francês, ela começa a pensar na morte e em algumas certezas que acreditava ter adquirido:o fim é o mesmo que o nada. E o nada a gente não sente!
Foi tão intensa a experiência de tentar viver esse vazio absoluto que a jovem saiu do ar. Uma espécie de perda de sentidos consciente. E quando foi "despertada" pela professora a imagem que viu, exposta pelo retroprojetor, foi a de uma quadro do pintor francês Diderot. Uma balsa do desespero recheada de seres humanos que tentavam se salvar.
Os anos passaram. A jovem desistiu, aos poucos, de reviver a sensação do "nada em lugar nenhum". E seguiu seu caminho.
Agora, bem mais próxima desse infinito non sense, ainda busca as razões ocultas da ciência evolucionista que nos trouxeram até este final de ano de 2010.
brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr....
O tremor ao olhar no espelho e enxergar os próximos anos.
O calor aconchegante do abraço cúmplice.
A tristeza das despedidas que vão aumentar.
A alegria ao perceber que o desafio e a aventura ainda despertam a mesma vontade de descobrir....
Os planos que não param de brotar.
Até sempre, apesar do infinito non sense.

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