sábado, 3 de janeiro de 2009

Amigos, simplesmente, nada mais!


Voltei. I am back. E adorei ler os comentários postados durante minha ausência. Sabe como é, a gente começa um blog e torce pra que alguns gatitos pingados apareçam, né mesmo?
Então vamos começar 2009 falando de.................envelhecimento. É isso mesmo. Também, o que esperar de alguém que acabou de completar 56 aninhos? É como diz o Domingos Oliveira no seu mais recente filme - é, esse eu vi e gostei - JUVENTUDE: "estou com quase setenta mas me sinto com quase sete". Sensacional. É como já escreveu a Simone, aquela Beauvoir que obrigou o Sartre a rever muitos conceitos e conteúdos: "quem é essa velha olhando pra mim no espelho?".
E vamos deixar bem claro que escrevo sobre velhice, envelhescências e outras essências porque o tempo é mesmo avassalador, no sentido de que não há volta possível. Sou uma cinquentona que viu o Pink Floyd e o the Who ao vivo em Paris e Roma, respectivamente. Uma coroa que acreditou em ideais que hoje parecem contos da carochinha. Uma mulher que sempre desejou entender os meandros delicados que separam a paixão do amor. Nunca acreditei na monogamia como forma de convivência ideal e tentei várias vezes desrespeitar esse mandamento civilizado. Acredito piamente que a fidelidade não seja condição de felicidade ou sucesso em qualquer relacionamento. E mesmo assim....... eis-me aqui com 56 anos e a mesma vontade de continuar a perguntar por que? por que? por que?
Ter cinquenta e muitos anos, neste século 21, é aprender a ficar de bem com o tempo avassalador. É lutar contra a pressão consumista de trabalhar para comprar a juventude ilusória nas mesas de cirurgia plástica ou nos porres dos antidepressivos. É batalhar para olhar com carinho o corpo que envelhece no espelho, apesar da velocidade incrível da mente que não para de querer mais, muito mais. Isso sim é a envelhescência. Deveríamos todos, cinquentões, sermos preparados desde a infância para os anos finais de nossas vidas.
No filme JUVENTUDE, três amigos sessentões se encontram e falam de suas vidas. Domingos Oliveira acertou no tom e na escolha de seus companheiros, Paulo José e Aderbal Freire Filho. No final, entre roteiro e interpretações, o que importa mesmo é a amizade. E essa preciosidade, meus amigos, tem que ser cultivada todos os dias.
Que 2009 seja um ano cheio de amigos, velhos e novos, para todos nós. E que a força dessa fraternidade nos ajude a superar os obstáculos que porventura apareçam. São muitos os atalhos da cumplicidade, podem ter certeza.
Let´s do it.