Apareço, escrevo, digo oi para todos no dia em que a parada Gay de São Paulo reúne, como sempre, milhões de pessoas.
Escrevo quando os corpos do airbus 330 esperam, irreconhecíveis, pela identificação e o quebra-cabeça da tragédia começa a se resolver.
Digo oi neste 14 de junho friorento do Rio de Janeiro para comentar sobre um dos filmes mais delicados e brilhantes que assisti nos últimos tempos. A PARTIDA, uma obra prima com trilha sonora ocidental - lindíssima - e roteiro genialmente oriental.
Grudei na cadeira do cinema durante duas horas. Primeiro, pelo prazer de constatar que em matéria de cinema os japoneses nos surpreendem sempre. Segundo porque um roteiro como o de A PARTIDA (ou AS PARTIDAS, se formos pela cadência do filme) nunca poderia ser escrito por mãos e cérebros ocidentais.
Como partimos deste mundo? Pela mão de quem? E o que deixamos depois da partida? Qual é a nossa relação com esse último suspiro - o dos outros e o nosso?
Não vou estragar a surpresa dos que ainda não se aventuraram nas partidas mais do que contemporâneas de Yojiro Takita. Só vou dizer que a cada minuto você se surpreende com o talento dos atores, com o enredo que se torna complexo sem ficar intransponível e, finalmente, com o vulcão de emoções aparentemente reprimidas pela tradição e cultura japonesas.
Não, o filme não tem gueixas entre os personagens. Estamos no Japão de 2008, em plena crise econômica.
É cinema radicalmente oriental, mas nós, tupiniquins, nos sentimos muito próximos da trama. O filme fala com a morte. Dialoga com todos nós. Mesmo assim, as lágrimas que escorrerão pelo seu rosto terão nascido em alguma cidadezinha distante, na terra do sol nascente.
Prepare-se para o violoncelo e para a Ave Maria. Isso mesmo. A tradição é deles, a música é universal. A emoção é de todos nós.
Também gostei muito do filme, mas queria fazer uma ressalva: acho o final muito previsível. E isso estraga um pouco a riqueza do roteiro, que não precisava desse desfecho para manter a beleza da história, eu acho.
ResponderExcluirUm beijo pra você!
Olá querida Tania, seu blog está sempre lindo,mas espero que volte a atualizar seu blog com mais frequencia, seus textos são maravilhosos...e tb to dando uma passadinha pra divulgar um projeto que tem aqui na minha comunidade, se puder dar uma força...tem um post no meu bolg falando um pouco sobre o herança negra...o apoio de pessoas como vc é sempre bem vindo!...bjks!
ResponderExcluirEu sei, eu sei, ando sumido, aliás, MUITO sumido, mas quem é vivo de vez em quando aparece...rsss
ResponderExcluirNão vi este filme, aliás mal assisto a filmes. Esse parece ter um roteiro interessante e as reflexões parecem valer a pena.
bj,Tania!
Cadê você?...(Não vi o filme ainda)
ResponderExcluirsó hj vi o filme... achei lindo e chorei para caralho...e tô puto por vc ter parado com o blog ! parou por que ?
ResponderExcluirkiss
eu vou voltar.... preciso de tempo, hehehehehehe!
ResponderExcluirmas o filme é lindo, né?
agora você está de férias. curta muito.
beijitos
Maravillosa película. Con mucho sentimiento y mucha poesía. Saludos
ResponderExcluirjá tou a ver k a rapariga morre no fim.
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