quinta-feira, 5 de março de 2009

Igreja católica: estupra......mas não mata


Não bastou o estupro de uma menina de 9 anos.
Não foi suficiente o fato dela ter engravidado de gêmeos.
Também parece que não foi levado em consideração o quadro clínico da criança, que só fez se agravar durante a gravidez.
Mas a insensatez inesgotável da Igreja Católica marcou presença: além de contrária à interrupção da gravidez, ameaça processar a mãe da menina por homícidio. Sendo que a legislação brasileira permite o aborto em vítimas de estupro até a vigésima semana de gravidez.
A menina tem 1,33m e pesa 36 quilos. Precisa dizer mais alguma coisa?

E o padrasto estuprador? Essa é uma outra história. Uma história que se repete Brasil afora. Padrastos estupram, pais estupram, tios estupram....
Para milhares de meninas vítimas da psicopatia de parentes e afins, a tortura pode durar anos. E o pior: carregam a culpa do proibido e do inconfessável. Em muitos lares, quando a criança abre a boca para denunciar o assédio ou o estupro, é imediatamente espancada. Muitas vezes pela própria mãe.
Já imaginou se alguém, na cadeia, aponta para o padrasto e comenta que ele é o homem que além de estuprar e engravidar uma criança de 9 anos, abusava sistematicamente da irmã da menina, uma deficiente física e mental de 14 anos ?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Campanha Veja outras Caras

Achei a iniciativa muito boa. A campanha já corre solta por aí, mas vale a pena mais um empurrão, né mesmo?

Por: Vinicius Souza e Maria Eugênia Sá – Jornalistas e fotógrafos independentes. http://mediaquatro.sites.uol.com.br

De nada adianta berrar contra a mídia hegemômica se não houver alternativas à disposição da população. Se a televisão brasileira e os jornalões são dominados por um punhado de famílias, e as rádios comunitárias e livres continuam sob repressão de políticos e igrejas que não querem dividir o dial, as publicações dos trabalhadores em papel não sofrem a mesma perseguição. Mas a distribuição em bancas também é dominada por um cartel que se recusa a entregar as revistas de maior circulação para quem insiste em vender material de “concorrentes”.

Já que os donos de bancas não podem prescindir economicamente das hegemônicas e as tiragens das populares são menores, estas, quando são vendidas, normalmente ficam de fora das prateleiras mais visíveis e quase nunca nas vitrines. Além disso, devido aos custos de papel e produção, os preços também não podem ser muito diferentes…Como, então, levar ao público leitor uma informação alternativa de qualidade e de graça? Nossa humilde sugestão é a singela Campanha Veja outras Caras!

A ideia é simples: trocar algumas publicações da mídia hegemônica disponíveis em lugares públicos, por revistas, jornais, boletins e outros materiais de conteúdo diferenciado. Afinal, quem já não teve de ficar horas na sala de espera de um consultório, escritório ou repartição tendo à mão para leitura apenas revistas sobre a vida das “celebridades” ou panfletos da direita disfarçados de semanários pseudo-informativos? E o que é pior: essas publicações normalmente são antigas, perpetuando sua condição hegemônica (como se não houvesse alternativa) e reafirmando conceitos e ideologias que quando não são francamente mentirosos ou preconceituosos, são contrários aos interesses dos trabalhadores, como o estímulo ao consumismo e à manutenção do status quo.

A Campanha Veja outras Caras não requer prática nem tampouco habilidade. O investimento financeiro, quando ocorre, é irrisório por ser distribuído entre vários agentes e sempre absorvido intelectualmente pelos autores antes das ações. Pode ser considerada uma prática de guerrilha midiática, mas não é ilegal nem traz danos às pessoas atingidas, a não ser talvez ao seu preconceito. E você ainda pode se livrar do acúmulo de papel em casa, que na era da Internet serve mais para juntar poeira e atrair cupins.

Para fazer parte da Campanha Veja outras Caras, basta simplesmente levar consigo, sempre que for passar por uma sala de espera, algumas boas publicações já lidas, atuais ou não, ou até mesmo textos interessantes de sites e blogs impressos em papel reutilizado (verso de sulfite já usado). Também valem fanzines, revistas semanais ou mensais que você considere de real credibilidade, jornais de bairro, quadrinhos, publicações sobre cultura, música, literatura, culinária, viagens e até livros que estejam apenas ocupando lugar nas estantes. Aí é só “trocar” seu bom material de leitura pelo lixo que estiver disponível. E dar um fim decente ao papel “recolhido”, como mandar para reciclagem, forrar a caixa de areia do gatinho, fazer esculturas de papier mâché, acender o carvão do churrasco…

domingo, 1 de março de 2009

Ricardo Soares, Ciro e Serra








Sempre que leio alguma coisa sobre o deputado Ciro Gomes lembro do meu querido amigo Ricardo Soares.
Pois no Panorama Político do Globo deste domingo está lá. Parece que fez água a relação de Ciro com o PT. E diante de tamanho desgaste o parlamentar já estaria admitindo a possibilidade de fazer uma aliança com José Serra para 2010.
Segundo a coluna, o político cearense foi curto e grosso: " Querem propor aliança com Serra? Eu discuto. Em que termos?"
Uau.............quer dizer então que o ex-governador e ex-ministro já é quase um tucano? Quanta flexibilidade, hein, Ric?

Preconceito a la brasileira




Em sua coluna de hoje (O Globo), o jornalista Elio Gaspari chamou a atenção do leitor para um detalhe muito interessante: o preconceito tupiniquim contra integrantes de sua própria tribo. A saber:
" Depois que Paula Oliveira admitiu para a polícia suiça que não foi atacada por xenófobos aconteceu algo estranho com a sua qualificação. Quando sua história teve crédito era "brasileira". Quando o relato trincou ela passou a ser chamada, com alguma frequência, de "pernambucana". Há suiços que gostam de contar histórias de preconceito de brasileiros contra brasileiros".

Precisa escrever ou dizer mais alguma coisa?
São essas qualificações, aparentemente insignificantes, que ajudam a inocular na população mais vulnerável intelectualmente - composta por uma imensa faixa de ricos, pobres e remediados - a intolerância, a falta de sensibilidade e compaixão, o ódio e a ausência completa de limites.
São muitos os adjetivos que cabem no preconceito.

Em relação ao caso de Paula tenho uma pergunta que não quer calar: cadê o noivo ou o namorado suiço da moça? Por que ninguém mais fala no rapaz? Será que ele veio escondido para o Brasil?