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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Tragédia no ar

Começar a trabalhar cedinho tem dessas coisas. Desde às 6 da manhã acompanho as dúvidas, suposições e investigações sobre o acidente com o avião da Air France que saiu do Rio de Janeiro com destino a Paris.
Em Paris, a Air France organizou-se rapidamente no aeroporto Charles de Gaulle para receber parentes das supostas vítimas. Supostas porque o aparelho da Air France ainda não foi localizado pelos aviões da aeronáutica brasileira.
Aqui no Rio, no aeroporto do Galeão, vimos um rapaz ser assediado por 5 ou 6 microfones de televisão. Ninguém no balcão da compania aérea. A orientação era seguir para um salão do terminal 2.

O que aconteceu? O que vai acontecer?
Nesta manhã cinzenta de segunda-feira centenas de corações devem estar apertados e de luto.
Nós, sobreviventes, respiramos fundo. Porque é só o que nos cabe nesta corda bamba que chamamos de vida.

Um abraço apertado em todos os parentes das 228 pessoas que estavam no vôo da Air France. Ainda não sabemos o que aconteceu. Quando soubermos, mais lágrimas cairão.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Igreja católica: estupra......mas não mata


Não bastou o estupro de uma menina de 9 anos.
Não foi suficiente o fato dela ter engravidado de gêmeos.
Também parece que não foi levado em consideração o quadro clínico da criança, que só fez se agravar durante a gravidez.
Mas a insensatez inesgotável da Igreja Católica marcou presença: além de contrária à interrupção da gravidez, ameaça processar a mãe da menina por homícidio. Sendo que a legislação brasileira permite o aborto em vítimas de estupro até a vigésima semana de gravidez.
A menina tem 1,33m e pesa 36 quilos. Precisa dizer mais alguma coisa?

E o padrasto estuprador? Essa é uma outra história. Uma história que se repete Brasil afora. Padrastos estupram, pais estupram, tios estupram....
Para milhares de meninas vítimas da psicopatia de parentes e afins, a tortura pode durar anos. E o pior: carregam a culpa do proibido e do inconfessável. Em muitos lares, quando a criança abre a boca para denunciar o assédio ou o estupro, é imediatamente espancada. Muitas vezes pela própria mãe.
Já imaginou se alguém, na cadeia, aponta para o padrasto e comenta que ele é o homem que além de estuprar e engravidar uma criança de 9 anos, abusava sistematicamente da irmã da menina, uma deficiente física e mental de 14 anos ?

domingo, 1 de março de 2009

Preconceito a la brasileira




Em sua coluna de hoje (O Globo), o jornalista Elio Gaspari chamou a atenção do leitor para um detalhe muito interessante: o preconceito tupiniquim contra integrantes de sua própria tribo. A saber:
" Depois que Paula Oliveira admitiu para a polícia suiça que não foi atacada por xenófobos aconteceu algo estranho com a sua qualificação. Quando sua história teve crédito era "brasileira". Quando o relato trincou ela passou a ser chamada, com alguma frequência, de "pernambucana". Há suiços que gostam de contar histórias de preconceito de brasileiros contra brasileiros".

Precisa escrever ou dizer mais alguma coisa?
São essas qualificações, aparentemente insignificantes, que ajudam a inocular na população mais vulnerável intelectualmente - composta por uma imensa faixa de ricos, pobres e remediados - a intolerância, a falta de sensibilidade e compaixão, o ódio e a ausência completa de limites.
São muitos os adjetivos que cabem no preconceito.

Em relação ao caso de Paula tenho uma pergunta que não quer calar: cadê o noivo ou o namorado suiço da moça? Por que ninguém mais fala no rapaz? Será que ele veio escondido para o Brasil?





sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Divina Itália em João Pessoa

No ano passado, minha filha Mariana abriu um restaurante italiano em João Pessoa. Ela e os dois sócios (Ana Paula e Franco) batalharam muito para apresentar ao paraibano, carente de novidades gastronômicas, uma combinação de descontração e boa comida.
Mãe coruja que sou, faço questão de mostrar para os meus 3 leitores a foto de uma crítica elogiosa, publicada esta semana na Revista Gula. Para ler a matéria clique sobre a foto.

Para quem viaja muito pelo Nordeste, taí uma ótima pedida. E sabe por que? Porque o chef Franco, além de ótimo anfitrião, não tira o olho da turma que pilota panelas e frigideiras. Além do chef, o público também pode acompanhar o preparo de todos os pratos, já que apenas uma parede de vidro separa a cozinha da sala onde estão as mesas. Um toque de charme que ficou a cargo de outro amigo, o arquiteto Marcelo Cecchi.
No salão, Mariana e Ana Paula fazem questão de que a descontração dos garçons se traduza em eficiência. Ponto a mais para quem adotou João Pessoa como lar e sabe que o turismo paraibano precisa se profissionalizar, em todos os sentidos.
Vida longa ao Divina Itália!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Os labirintos de Foucault

Torci. Pra falar verdade ainda torço. Exatamente como fazia quando criança. Figa para que aquilo que desejava muito desse certo. Dedinhos cruzados.
É assim que aguardo a aparição de Paula. Pasma, perplexa. Mas fazendo figa.
A se confirmarem as declarações da polícia - que vazaram para a imprensa suiça - Paula teria admitido que forjou uma história de agressão e ainda mentiu sobre a gravidez de gêmeos.

Zuenir Ventura escreveu, em sua coluna do Globo, que essa é a história mais desconcertante já presenciada por ele em 50 anos de jornalismo.
A palavra é essa: desconcertante. Mais forte ainda, ACACHAPANTE.

Insisto. Ainda acredito que o ser humano seja " fabricado" com uma grossa camada de bondade e honestidade sob a pele que esconde o vaivém frenético do sangue no corpo.
Lamento, e muito, que as notícias sobre a crueldade humana suplantem em quantidade e requintes as informações que recebemos sobre solidariedade, cumplicidade e compaixão .

Que labirintos ou meandros sombrios convocam a mente humana a construir histórias como essa, que mobilizou um país inteiro ?
Todos torcemos. Todos xingamos os agressores e a polícia suiça.

E agora? Vamos torcer para que Paula não tenha inventado tudo apenas pelo dinheiro de um suposto seguro? Torcer por um distúrbio emocional que amenizaria a sordidez de mais um plano mirabolante?
Que falta fazem as análises de Foucault....

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O sapateiro de Baghdad


Tenho um grupo de velhos amigos na internet. Há muitos anos compartilhamos notícias, opiniões, desagravos, alegrias e tristezas. Somos um grupo que aposta na cumplicidade. E agora que estamos quase todos cinquentões creio que a importância de nossa amizade é cada vez mais palpável. Temos um pacto implícito de envelhecer juntos com amor e muito carinho, mesmo que na maior parte do tempo a nossa comunicação seja virtual.
Nos próximos quinze dias serei uma "blogless". Viajo sem meu note book e pretendo atravessar montanhas e lagos sem pensar na Lan House mais próxima.
Apesar do lugar comum, quero deixar para os meus pouquíssimos leitores uma mensagem de final de ano: quanto maior a indignação diante da mediocridade, da truculência e da cobiça desmesurada, imensas serão as nossas chances de poder continuar a sonhar, seja lá qual for o seu sonho.
Contei logo acima sobre meu grupo de internet porque esta semana um grande amigo escreveu sobre a sapatada do jornalista iraquiano no agora quase moribundo Bush:

Muntadhar al-Zaidi. Não esqueçam este nome. Pode ser um péssimo jornalista, porque deixou a "objetividade" de lado, a "isenção", e "tomou partido" no assunto que cobria. Mas é um herói do povo iraquiano, e de todas as mentes livres do mundo. O sujeito que enfrentou e afrontou o carniceiro. Vida longa a Muntadhar al-Zaidi, com toda a glória que merece!!! Liberdade para ele JÁ !!!!!!!!!!!!!!!!!!!
PS - Está sendo torturado na cadeia do Iraque "democrático". E poderá ser processado por "tentativa de homicídio de líder estrangeiro", pena de até 15 anos. Tentativa de homicídio!!!!!!
PS-2 - São Negão ( apelido de Barack Obama) absolverá ou mandará para o inferno? Aberta a temporada de apostas.

É com o apelo pela libertação imediata do sapateiro de Bagdhad que me despeço temporariamente. Aos primeiros visitantes deste blog um abraço sincero e gratíssima pela força! Até o ano que vem.


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

É o uó do borogodó


Então ficamos assim. Porque indignação e perplexidade já não têm vez no cenário tupiniquim. É trapaça em cima de trapaça. Sem tempo para digestão.

Militares e civis flagrados roubando os donativos enviados para os flagelados das chuvas de Santa Catarina? Você imaginava ter que dormir com essa neste final de ano? Pois então. E a pose dos soldados saindo com mochilas carregadas de donativos? O riso, o escárnio. Sem falar na cara de pau da tal Teresilda Longen, a fulana que só devolveu o produto do roubo depois que a sogra a chamou de ladra.

Pausa para a taquicardia e para a falta de ar. Haja putice.

Podia ser enredo de minissérie, mas acabou se transformando em caso de.....uops, polícia. É triste educar um filho num país como este.

Um país em que operações policiais vazam a favor do bandido, vide caso desta semana na Rocinha. Uma terra em que protestos contra milhares de mortes violentas, no Rio de Janeiro, reúne menos manifestantes do que uma roda de samba na Lapa. Uma nação dividida entre a vontade de crescer com dignidade e a compulsão pelo acúmulo, pelo consumo exagerado e pelo enriquecimento a qualquer preço.

O professor de Ética Roberto Romano disse, em entrevista ao GLOBO que " não é possível perder a referência da perversidade, daí a importância da educação e do estado de direito". O historiador Marco Antonio Villa alerta: " quando se vê um político dividindo sacos de dinheiro, começa-se a achar natural um soldado , um voluntário separar daquele conjunto o que é melhor para ele. É necessário dar um basta".


Eu quero ajudar a dar esse basta. Alguém pode me dizer o que devo fazer? Ainda não voto nulo, tento acertar nas eleições mas estou convencida de que o buraco é mais embaixo. Esse nosso chamado sistema democrático precisa urgente de algumas revisões. Como sustentar uma democracia que seja representativa - de fato - num país em que o abismo entre ricos e pobres é um dos maiores do mundo desde 1500?