sábado, 6 de novembro de 2010

A VOLTA

Demorou. Mas voltei. E como meu último post foi sobre o belíssimo filme A PARTIDA decidi retornar ou ressuscitar com um tema que sempre me interessou: a velhice, o envelhecimento, o ato de envelhecer.
Pedi para que alguns amigos escrevessem sobre o envelhecimento numa sociedade como a nossa. A resposta foi imediata. Mas antes de começar a publicar esses textos quero contar pra vocês por que insisto nesse tema .
Faz algum tempo fui trabalhar com uma turma bastante heterogênea. Habilidades e idades variadas. Um dos big bosses da vez era um cara charmoso, tipo gostosão - há controvérsias - e alguns anos mais novo do que eu. Foi a primeira vez que tive que lidar, de fato, com a sensação da invisibilidade. O tratamento recebido era o da indiferença civilizada, se é que me entendem.É como se, independente do trabalho executado, eu fosse uma figura de linguagem quase em extinção. O cara, já cinquentão, praticava a máxima do " não faço parte dessa turma".
Se não captaram a imagem aguardem alguns poucos ou muitos anos. Para quem já está mais do que maduro, o sentimento não deve ser de todo desconhecido. Ainda mais se for mulher.
Hoje cedo li uma declaração da atriz Maria Alice Vergueiro que, aos 75 anos, diz que " o pior não é envelhecer, é querer continuar jovem. É melancólico tentar manter a mocidade a qualquer preço".

Publico dois textos: o do Ricardo Soares, meu grande amigo e responsável pela minha entrada no mundo blogueiro. O Ric ainda está nos early fifties, mas vive uma crise. E toda dificuldade gera muita reflexão, às vezes até literatura.
A outra reflexão - em inglês - é da Anne, uma amiga escocesa que mora há mais de 30 anos no Brasil. Ela está nos early sixties e faz um relato muito interessante sobre a invisibilidade. Para os interessados, Eric é o filho dela. E a mãe do Marc é a irmã dela.

Então é isso,queridos leitores. Divirtam-se. Se forem muito novinhos mando um recado: não fomos educados para envelhecer. E lidar com a invisibilidade requer bom humor e alguma ironia. Além de alguns tônicos chineses que produzen verdadeiros milagres nas articulações.

4 comentários:

  1. Olá Tânia, atendi de imediato o seu convite no Twitter. Aqui sempre encontro um texto palatável. Bom retorno. Um abraço, Armando.

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  2. Obrigada, Armando. É sempre bom ter você por aqui. Um abração!

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  3. Tânia, menina...
    Quem diria que eu ia te RE-encontrar em plena VOLTA e ter TANTO em comum... Brigamos muito, arrancamos cabelos, mas tudo por amor ao nosso trabalho. Te admiro muito. Beijos

    Renata Figueira de Mello

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  4. Renata querida,
    Que bom te rever por aqui nessa volta. E já que temos tanto em comum, por que você não escreve sobre o tema e não me manda por e-amil? E daí eu publico aqui? Sei que você deve estar muiiiiiiiiiiiito longe do tal envelhecimento, mas se já pensou no assunto podia escrever..... Que tal?
    Também te admiro muito. E que bom que já está distante o tempo das brigas.Depois me conte por onde andas, ok? Um beijo estalado!

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