As atrocidades cometidas em nome da autodefesa, na Faixa de Gaza, não param de chegar até nós. Motorista da ONU assassinado, trinta civis palestinos mortos num abrigo, fim da ajuda humanitária.... Juro que travei. E ainda por cima, aqui na faixa tupiniquim do Rio de Janeiro, os tiros não esperaram passar a primeira semana de 2009. Os morros da Babilônia e Chapéu Mangueira foram sacudidos por várias saraivadas. Nós, do asfalto, ficamos torcendo para que nada de muito ruim aconteça por lá. O pior são as centenas de trabalhadores que voltam para suas casas, no cair da noite, e são recebidos por esse ambiente de terror que já virou rotina nos morros da cidade.
Por conta dessas guerras adotei o silêncio nos últimos dois dias. E estou muito curiosa pra saber o que fará Obama a partir do dia 20 de janeiro. E a cada dia que passa apenas confirmo: esses israelenses da guerra são de uma cara de pau, de uma arrogância, de uma empáfia e de uma crueldade sem limites. Por coincidência leio, ao mesmo tempo, dois livros sobre o tema: AS BENEVOLENTES, de Jonathan Littel - as memórias nuas e cruas de um ex- oficial nazista - e UMA VONTADE LOUCA DE DANÇAR, de Élie Wiesel, prêmio Nobel da Paz e Fundador Chefe do Conselho Norte-Americano da Memória do Holocausto.
Os dois livros têm a ver com o trabalho individual de cada um para lidar com as perdas, com as culpas e com um vazio imenso que ocupa quase todo o coração.
E o governo de Israel, como lidará com as perdas e danos no futuro próximo?
E a quantidade imensa de crianças palestinas mortas - até hoje 257 - durante esses ataques?
E o ódio, que só faz se alastrar?
Por isso tudo fiquei quietinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário