Eu sei que o Holocausto " foi um genocídio em massa com base em preceitos expressos de superiodade racial, deportando de seus países e assassinando industrialmente, sem conflito, milhões de pessoas em campos de extermínio, com objetivo declarado de varrê-las da face da Terra". Assim escreveu Arnaldo Bloch em sua coluna deste sábado, no Globo. Da mesma forma entendo a indignação de Cora Rónai, que escreveu na semana passada sobre o tema. Sou leitora assídua das colunas assinadas pelos dois no jornal carioca.
Também não confundo palestino com muçulmano e nem judeu com israelense. Mas não posso evitar a associação livre, sem nenhuma má fé. E por que? Porque leio a história recente dos conflitos na Faixa de Gaza. Pedir que controlemos todas as nossas emoções no sentido de não ferir a História, com h maíusculo, é exigir demais do bom senso de qualquer pessoa.
Não apóio o Hamas, mas simpatizo com a causa palestina. Considero insanamente cruel o cotidiano imposto pela política de Israel (e de seus aliados) aos habitantes da Faixa de Gaza. E entendo que a reação aos bombardeios do Hamas é absolutamente desproporcional aos danos causados por esses mísseis. Deploro o bloqueio econômico que persiste naquela área, com o apoio irrestrito dos Estados Unidos, apesar de acordos em contrário.
Há alguns dias reproduzi um trecho de artigo do jornalista inglês John Mc Carthy sobre o massacre de Gaza. Ele afirmava que nosso imaginário coletivo carrega a culpa pelo Holocausto. E que por isso criticamos as posições de Israel, mas não temos coragem de ir muito além disso, talvez por medo de sermos acusados de atacar um povo que já sofreu tanto.... Para Mc Carthy, a tragédia é que, agora, um outro povo está sofrendo por causa da hesitação do mundo em ofender Israel.
Li e reli a opinião do jornalista britânico. Deixei guardada, numa gavetinha do meu cérebro. Doc holocausto.
E pergunto, com todo o respeito aos milhões de vítimas e aos sobreviventes do massacre nazista: é tão estranho que todos os horrores dessa guerra absurda e interminável façam renascer, na imaginação de milhões de seres humanos, o inimaginável e irreproduzível terror dos tempos do Holocausto?
E mesmo que muita gente saiba diferenciar israelense de judeu, não é compreensível que se misture ideologia com religião? Afinal, o estado de Israel não nasceu justamente em 1948, com o mundo ainda em estado de choque em função do extermínio de milhões de judeus?
Aprendemos muito pouco, de lá para cá.
O que dirá Obama? Acho salutar que o já super presidente inicie seu mandato com a obrigação de abrir o jogo sobre a Guerra de Gaza. Muita gente ficará decepcionada, eu também. Mas faz parte.
A foto que ilustra este post mostra jovens oficiais nazistas brincando com as tigelas vazias em Auschwitz. Depois de ler essa informação não é incrível como a nossa percepção da imagem muda completamente?
Yes, we can, but just a little bit!
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