Parece troca-troca. E é. Ocorre que minha primeira postagem, aquela com a qual dei o pontapé inicial neste blog, foi justamente sobre..............envelhescência:
Mulheres envelhecem como adolescentes ou os homens nos constrangem como velhos babões?
Ricardo Soares voltou ao tema quando comentou uma crítica contundente ao super fenômeno Madonna. Assim estava escrito no blog todoprosa:
Madonna é isso tudo ou nada disso ? um ícone pop, uma revolucionária comportamental, uma mega Leila Diniz ou apenas um produtaço rentável da indústria cultural ?
Cinquentona, Madonna provoca arrepios de amor e de ódio. Mas não creio que esteja envelhecendo como adolescente. A foto dela e dos filhos, na janela do hotel carioca, não esconde o escorrer inexorável do tempo. Em casa ela me parece ser mãe, sem maquiagem. No Maracanã é o produtaço rentável da indústria cultural.
Não sou fã da Madonna. Nos anos 80, estive mais para Prince, já que minha memória musical classificou esses dois ícones da música pop em alguma estante parecida. Se fossem livros estariam pertinho um do outro.
Não sou tiete mas admiro a sobrevivência da diva, apesar da mídia.
Sempre volto ao tema idade, né mesmo? Mas acredite: não é fácil envelhecer neste século 21 e num país como o Brasil. Ainda voltarei ao tema.
Aproveito para justificar: os homens nos constrangem sim, muitas e inúmeras vezes, como velhos babões. Referem-se às mulheres da mesma idade como velhas e babam pelas mulheres mais jovens. Mas são os primeiros a ridicularizar quando as fêmeas da mesma geração saem, namoram ou casam com machos alguns anos mais novos. Resquícios eternos do patriarcalismo? Entenda esse exemplo como exemplo mesmo. Não estou generalizando.
Mulheres envelhecem como adolescentes quando invadem e escavam o próprio corpo em busca da ninfetice eterna. É caso para Freud e para a minha querida Maria Rita Kehl, psicanalista e estudiosa que há muitos anos reflete e escreve sobre angústias cabeludas. Em tempos de sexualidade over e de comportamentos adultos que beiram a pedofilia, faz bem presenciar ou testemunhar relacionamentos em que o casal ainda é da mesma geração apesar da terceira, quarta ou quinta idades.
O filme MAMMA MIA, musical de sucesso recente, é um belo exemplo. No escurinho do cinema o que me chamou a atenção foi justamente a "normalidade" dos relacionamentos: jovens namoram jovens e coroas podem sim se apaixonar por coroas. Ver Pierce Brosnan batalhando pela Meryl Streep e não pela filha dela é algo raro nos dias de hoje.
E assim caminha a nossa humanidade. Infantilizada pela cultura de celebridades e afundada num culto ao sexo com prazer, a qualquer preço, que provoca muito mais dor que prazer. Mais Tânatos que Eros. Faz parte?
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